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O que você precisa saber sobre a vacina e a importância da imunização no país

Com o início da vacinação contra a covid-19 junto aos profissionais de saúde, muita gente ainda tem dúvidas sobre a sua eficácia e como será a programação. Listamos o que se sabe até agora sobre a imunização



A imunização contra a Covid-19, enfim, começou no Brasil nesta segunda-feira (18) após a Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizar no último domingo (17) o uso emergencial das vacinas CoronaVac, produzida pelo Instituto Butantan com o laboratório chinês Sinovac, e AstraZeneca, desenvolvida pela Universidade de Oxford , no Reino Unido, com a Fiocruz.

Os dois imunizantes são os primeiros aprovados no país para o combate da pandemia do novo coronavírus. Diante do negacionismo do governo de Jair Bolsonaro (ex-PSL) em ver a doença como grave e contagiosa, e ainda propagar fake news como o uso da cloroquina como prevenção à Covid-19, listamos aqui as mais importantes informações verdadeiras que você precisa saber.


Para que serve a vacina?


Ainda sem uma campanha e um calendário de vacinação, as dúvidas recorrentes são: quem vai ser chamado primeiro?; quem já pode se vacinar; por que é importante a vacina; quem tomar pode virar jacaré?; quem não pode tomar?


Primeiro, ninguém vira jacaré por tomar vacina e se proteger do coronavírus. Essa foi mais uma informação falsa entre as dezenas de fake news divulgadas por Bolsonaro. Segundo, a vacina contra a Covid-19 é fundamental para frear a pandemia que já matou mais de 209 mil brasileiros e infectou mais 8 milhões de pessoas. Ela serve também para a reabertura das cidades e das atividades econômicas de forma segura.


O objetivo, no entanto, é: garantir que o sistema imunológico de boa parte da população esteja preparado para defender o organismo quando encontrar o vírus e, assim, evitar o desenvolvimento da doença.


Quando começa a vacinação?


Após pressão dos governadores, o Ministério da Saúde informou que a vacinação nacional contra a Covid-19 começaria nesta segunda-feira (18). Porém, mais uma vez , a equipe do ministro da saúde, o general Eduardo Pazuello, fez trapalhadas com os horários e logística dos voos que levariam, nesta segunda-feira , as doses da CoronaVac de São Paulo para os demais estados brasileiros.


Apesar dos atrasos alguns estados, além de São Paulo, começaram a vacinar seus profissionais de saúde Rio de Janeiro, Santa Catarina, Goiás, Piauí, Mato Grosso do Sul, Maranhão, Espírito Santo, Tocantins, Minas Gerais, Ceará, Pernambuco, Mato Grosso, Paraná, Amazonas e Rio Grande do Sul. Todos os detalhes sobre a vacinação no Brasil ainda não estão claros, e há ainda incertezas devido a falta de insumos provenientes da China. O que se sabe até agora é que a Coronavac é a única vacina contra a doença no país que já está sendo distribuída.


A ideia do governo federal era começar a vacinação nesta quarta (20), porém os governadores pressionaram Pazuello a adiantar ainda mais o processo.


A imunização também começou nesta segunda-feira (18) em Campinas, interior de São Paulo. O governo paulista começa a distribuir doses, seringas e agulhas para imunizar funcionários de seis hospitais do estado: Hospital das Clínicas da USP em São Paulo; HC de Ribeirão Preto (USP); HC da Campinas (Unicamp); HC de Botucatu (Unesp); HC de Marília (Famema); Hospital de Base de São José do Rio Preto (Funfarme).


A Anvisa liberou o uso emergencial de 8 milhões de doses das vacinas sendo Coronavac (6 milhões) e Oxford/Astrazeneca (2 milhões). As doses da vacina de Oxford, que serão importadas da Índia, ainda não têm previsão de chegada ao país, após o fracasso de Bolsonaro em negociar com as autoridades daquele país, que se recusou a enviar o medicamento.


Quem vai tomar na 1ª fase?


A ideia é começar a imunização aos grupos prioritários que são: os profissionais de saúde da linha de frente no combate ao novo coronavírus, idosos que vivem em asilos com mais de 65 anos ou instituições psiquiátricas, indígenas e idosos a partir de 75 anos.


No entanto, após o recebimento das vacinas, caberá aos governos estaduais a data de início da vacinação e o agendamento dos grupos prioritários.


São Paulo, já começou a imunizar e distribuir as primeiras doses em profissionais da saúde e indígenas. O governo do estado pretende manter cerca de 1,4 milhão, um volume que não cobre a necessidades do número de pessoas prioritárias.

Cerca de 907,2 mil doses da vacina foram reservadas para os indígenas que vivem em aldeias, de acordo com o Ministério da Saúde. Ao todo, o país têm 6 milhões de doses da Coronavac.


Como saberei o lugar? O que precisa para eu me vacinar?


A aplicação deve obedecer uma ordem de grupos prioritários, a qual será divulgada pelo Programa Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde nesta quarta-feira (20).


De acordo com a Pasta, se o paciente ainda não for cadastrado nas bases de dados do órgão, o profissional de saúde poderá registrá-lo no momento do atendimento. No entanto, nem o Ministério da Saúde e nem o governo estadual sabem quais documentos serão necessários para se vacinar.


Eficácia da Coronavac e Oxford


A eficácia das vacinas também é outro ponto questionado por boa parte da população brasileira. Ao dizer que a Coronavac tem 50,38% de eficácia na imunização; 78% em casos leves e 100% para casos graves,é natural que as pessoas se confundam com esses números.


Os números significam que quem tomou a vacina tem 50% de chances do vírus não se instalar e outros 50% de se contaminar, mas o importante é que quem se contamina tem 78% de chances de não tem nenhum sintoma. Outros 22% pode ter sintomas. Porém 100% das pessoas que tomarem a vacina terão sintomas leves, sem gravidade, não precisando de internação em hospitais.


Eficácia da vacina AstraZeneca.


A vacina do Reino Unido, produzida em parceria com a farmacêutica AstraZeneca e a Fiocruz, ainda não chegou ao Brasil, mas está sendo utilizada em diversos países, como a Inglaterra.


A AstraZeneca apresentou uma eficácia média de 70,4% na última etapa de testes. Um pequeno grupo que tomou meia dose da vacina chegou a ter 90% de imunização, mas para a maioria, que tomou a dose completa, primeira aplicação e o reforço, a eficácia ficou em 62%.


O governo diz que as carteiras de vacinação conterão o nome da vacina aplicada para que as duas doses necessárias não sejam de diferentes origens, já que não se sabe o efeito que isto resultaria.


Também não há informações sobre possíveis reações das vacinas em mulheres grávidas.


Veja a quantidade de vacinas que será distribuída para cada Estado, a partir de suas regiões:

Região Norte - 296.520 doses


- Rondônia - 33.040

- Acre - 13.840

- Amazonas - 69.880

- Roraima - 10.360

- Pará - 124.560

- Amapá - 15.000

- Tocantins - 29.840

Região Nordeste - 1.200.560 doses

- Maranhão - 123.040

- Piauí - 61.160

- Ceará - 186.720

- Rio Grande do Norte - 82.440

- Paraíba - 92.960

- Pernambuco - 215.280

- Alagoas - 71.080

- Sergipe - 48.360

- Bahia - 319.520

Região Sudeste - 2.493.280 doses

- Minas Gerais - 561.120

- Espírito Santo - 95.440

- Rio de Janeiro - 487.520

- São Paulo - 1.349.200

Região Sul - 681.120 doses

- Paraná - 242.880

- Santa Catarina - 126.560

- Rio Grande do Sul - 311.680

Região Centro-Oeste - 415.880 doses

- Mato Grosso do Sul - 61.760

- Mato Grosso - 65.760

- Goiás - 182.400

- Distrito Federal - 105.960


Demora e descrédito da eficácia da vacina é culpa de Bolsonaro


A falta de planejamento estratégico do governo de Jair Bolsonaro (ex-PSL) na condução da crise há quase um ano deixou o país sem agulhas, sem seringas e com poucas doses de vacinas para imunizar os brasileiros.


Mesmo com os altos números de mortes e contaminações no Brasil, a guerra ideológica travada no país em torno da vacina é assustadora, fazendo com que boa parte da população brasileira rejeite a CoronaVac, por ser desenvolvida na China.


Há meses, Bolsonaro utiliza este discurso inflamado de que não compraria “vacinas chinesas”, mas a realidade o fez mudar o tom das suas declarações, já na segunda-feira, após a autorização da Anvisa na utilização das vacinas inglesa e chinesa no país. Pelas redes sociais, o presidente afirmou que a vacina “não de nenhum governador, é do Brasil”.


A CUT, junto com as demais centrais, tem defendido a “vacina para todos” entre os cinco eixos para ação e mobilização unitária no ano de 2021.

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