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Petroleiros em greve pela redução dos preços dos combustíveis e gás de cozinha


“Pela redução dos preços dos combustíveis e gás de cozinha; todos na rua neste dia 30”. Essa é a bandeira da greve dos petroleiros e petroleiras, que tem início a zero hora desta quarta-feira (30).


A paralisação de advertência de 72 horas, organizada pela Federação Única dos Petroleiros (FUP-CUT), começou a ser organizada no início de abril deste ano, quando a Petrobras anunciou a venda de quatro refinarias.


Desde então, a categoria tem organizado atos, manifestações, audiências públicas e assembleias orientando os trabalhadores e trabalhadoras sobre a importância de defender a Petrobras e lutar pela redução dos preços da gasolina, do gás de cozinha e do diesel.


Para o coordenador Geral da FUP, José Maria Rangel, se a Petrobras utilizar o parque de refino existente e não vender as instalações para o capital internacional, o Brasil pode, sim, baratear os preços dos derivados de petróleo.


“Se venderem as refinarias e também os terminais, como estão ameaçando, aí sim, o brasileiro vai pagar mais caro pela gasolina, diesel e gás de cozinha, cujos preços dispararam desde meados do ano passado”.


Os petroleiros criticam a alteração na política de preços dos combustíveis, que passou a vigorar após o golpe de 2016 e a ascensão de Pedro Parente à presidência da Petrobras. Segundo eles, essa política atende apenas aos interesses do capital financeiro internacional, aumentando absurdamente os lucros e prejudicando o povo brasileiro.


“Essa é uma política nefasta, que encarece os preços da gasolina, diesel e gás de cozinha. O litro da gasolina já chega a R$ 5 em alguns estados e o gás de cozinha chega a R$ 120”, denuncia Rangel.


Segundo ele, a decisão da direção da Petrobras de diminuir a operação de refino em 70% da capacidade total da companhia, obrigou o Brasil a exportar óleo cru e importar petróleo refinado.


“Esses 30% de capacidade de refino ociosos em nossas refinarias seriam o suficiente para atender o país”, diz Rangel.


Além disso, diz o dirigente, a produção da Petrobras, a capacidade de refino da empresa e o que o país consome de petróleo são em quantidade parecida, ou seja, não há necessidade de importação.


“Nossa produção chega a 2 milhões e 200 mil barris, o mesmo que o consumo interno e a capacidade de refino, que também estão em torno de 2 milhões”.

Porém, continua Rangel, “a decisão do gestor atual de beneficiar grandes importadores, fez saltar de 50 para mais de 300 o número de importadoras que jogam derivados de petróleo no país, sem necessidade”.

Não precisamos importar. Temos todo petróleo para abastecer o país.

O coordenador da FUP diz, ainda, que “a Petrobras está comprando o barril de petróleo a 75 dólares, enquanto aqui com o pré-sal, extraímos o barril a US$ 35”.

Reivindicações

Para aprovar a greve, os petroleiros e petroleiras realizaram um extenso calendário de assembleias nas bases da Petrobras, nas plataformas, refinarias, terminais e usinas térmicas, entre abril e o dia 24 deste mês.

A pauta de reivindicações dos petroleiros inclui, além da mudança na política de preços da Petrobras; a suspensão da privatização da empresa e o cancelamento das vendas dos terminais e das refinarias Refap, em Canoas (RS); Repar,em Araucária (PR), Abreu Lima ,em Ipojuca (PE) e Rlam, em Candeias, na Bahia.

A pauta da categoria inclui o “Fora Parente”. Segundo os petroleiros, Pedro Parente, atual presidente da Petrobras, é o causador de dois apagões no país, o da energia elétrica em 2001, e o dos combustíveis, com a greve dos caminhoneiros.

“Ele não tem condições de gerenciar nossa empresa, a Petrobras é do estado brasileiro, e o povo brasileiro é o seu maior acionista. A Petrobras tem de beneficiar o povo e a gestão de Pedro Parente pagou R$ 137 bilhões em dívidas e juros para bancos internacionais. Esses números comprovam que a empresa não está quebrada como alega esse governo golpista”, diz Rangel.


Por tudo isso, os petroleiros pedem:

- Fora Parente

- Fora Temer

- A Petrobras é do Brasil

Entidades apoiam greve dos petroleiros

Para o presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Comércio e Serviços da CUT (Contracs), Alci Araújo, “a mobilização dos petroleiros representa a luta de toda a sociedade”.

Já a secretária de Finanças da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Seguridade Social, Célia Regina Costa, diz que “a pauta dos petroleiros - de baixar os preços combustíveis e gás de cozinha - é importante porque atende às necessidades do país”.

Segundo Nelson Morelli, secretário de Política Sindical da Confederação Brasileira Democrática dos Trabalhadores nas Indústrias da Alimentação (Contac-CUT), o ramo da alimentação apóia a greve dos petroleiros porque “tem motivos para acreditar que o plano de Temer é entregar o patrimônio brasileiro para as empresas internacionais”.

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