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CUT se organiza para a 2º Conferência da Saúde das Mulheres


Mulheres CUTistas definiram na tarde desta terça (7) as propostas da classe trabalhadora para a 2º Conferência Nacional de Saúde das Mulheres, que acontece em agosto. A Conferência Livre das Trabalhadoras da CUT aconteceu num momento desafiador para as trabalhadoras e os trabalhadores. A saúde das brasileiras e dos brasileiros está correndo sérios riscos. Políticas aprovadas nacionalmente pelo governo ilegítimo de Michel Temer, como terceirização e a Emenda Constitucional 95 (congelamento dos investimentos do governo por 20 anos), tem impactos diretos na saúde das mulheres trabalhadoras em todos os cantos do país.

Essa realidade e as possíveis reformas trabalhista e previdenciária foram levadas em consideração para a formulação de propostas da classe trabalhadora às etapas municipais e/ou macrorregionais; estaduais/distrito federal e nacionalda 2º Conferência Nacional de Saúde das Mulheres.

As mulheres são maioria da população e responsáveis por quase 40% do sustento das famílias. Além disso, elas trabalham, em média, 8 horas a mais que os homens por semana, são responsáveis, na maioria dos casos, pelos cuidados da família, ganham menos, estão nas funções mais precárias, ficam mais tempo desempregadas e se deparam com empecilhos para frequentar cursos de qualificação e progredir profissionalmente e tudo isso impacta diretamente na vida e na saúde das mulheres.

Com o tema “saúde da mulher não tem preço, nenhum direito a menos”, a Conferência Livre de Saúde das Trabalhadoras da CUT, que aconteceu na sede da CUT nacional, em São Paulo, foi organizada pelas Secretarias Estaduais e Nacionais da Saúde do Trabalhador e da Mulher Trabalhadora da maior central sindical do país.

A secretária Nacional da Saúde do Trabalhador da CUT, Madalena Margarida disse que o documento aprovado será encaminhado para a comissão organizadora em suas etapas. Ela destaca que essa Conferência livre acontece num momento desafiador para a classe trabalhadora, mas que a CUT tem responsabilidade nesse processo. “As CUTistas têm papeis fundamentais na construção de propostas para a saúde das trabalhadoras, mas também de articular em seus estados e municípios a participação das mulheres nas conferências e fortalecer nossas pautas”.

A 2º Conferência Nacional da Saúde das Mulheres acontece 31 anos após a primeira, que aconteceu em 1986 e é importante para a garantia e implementação de políticas públicas voltadas para as trabalhadoras.

“Se não fizermos nossa parte podemos ter surpresa com agenda conservadora com mais retirada de direitos das mulheres”, destaca a secretária Nacional da Mulher Trabalhadora da CUT, Junéia Martins Batista.

Para o coordenador da Comissão Intersetorial da Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora do Conselho Nacional de Saúde (CISTT/CNS), Geordeci Menezes o papel do movimento sindical em defesa da saúde é através do controle social. “As resoluções da Conferência acabam se materializando e precisamos participar e intervir nesse debate. Temos que fazer a diferença com uma articulação progressista, precisamos de uma estratégia dentro do conselho de saúde para evitar mais retrocessos”.

O secretário Geral da CUT São Paulo, João Cayres, lembrou-se da luta de mais de um milhão de mulheres na Polônia contra a alteração da legislação sobre o aborto e disse que a organização das mulheres é fundamental para a permanência ou retirada de leis que mexem na vida e no trabalho das mulheres. “A CUT tem políticas afirmativas para fortalecer a luta das mulheres dentro e fora da CUT e isso garante a democracia da nossa central e o fortalecimento e a autonomia das trabalhadoras para um bom combate fora daqui contra qualquer retirada de direitos da classe trabalhadora”.

“Depois desse golpe e dos retrocessos temos que massificar a presença das mulheres comprometidas com a luta por mais direitos e políticas que garantam a maior participação do Estado na vida e na saúde das trabalhadoras”, completou o secretário de Saúde da CUT SP, Vagner Menezes, o Marron.

A secretária estadual da Mulher Trabalhadora da CUT, Ana Firmino, leu o documento base proposto pela entidade para dar um pontapé na consolidação das propostas da classe trabalhadora para a 2º Conferência Nacional da Saúde das Mulheres.

As propostas foram divididas por eixos, como: saúde relacionada ao processo produtivo, direitos sexuais e reprodutivos, saúde mental, atenção às pessoas com deficiência e violência e a saúde das mulheres trabalhadoras do campo e da cidade, sempre contemplando toda a diversidade das mulheres.

A dirigente destaca que no estado de São Paulo somente agora acontecerá a 1º Conferência de Saúde das Mulheres em um cenário desafiador de retrocessos de retirada de direitos e reforça a importância da participação das mulheres trabalhadoras.

“Foi um encontro produtivo e necessário para fortalecer a mobilização e a organização em torno das pautas trabalhadoras. Agora é trabalhar nos municípios e estados e fazer uma Conferência com grande participação das CUTistas em agosto”, completou Ana.


Tião presente

Na abertura da Conferência Livre de Saúde das Trabalhadoras da CUT, a secretária de Comunicação da CUT São Paulo, Adriana Magalhães pediu um minuto de silencio em memória ao vice-presidente da entidade, Sebastião Cardoso, mais conhecido como Tião, que faleceu na última sexta (31), no mesmo dia em que acontecia uma grande mobilização no país contra as retiradas de direitos que o país vive.

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