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Impeachment de Dilma caminha para o fim e ameaça democracia brasileira


Durante as Olimpíadas, o "presidente interino" Michel Temer, temendo vaias, quebrou o protocolo ao exigir que seu nome não fosse anunciadoquando ele apareceu na Cerimônia de Abertura (ele foiintensamente vaiado de qualquer maneira) e depois se escondeu, não comparecendo à Cerimônia de Encerramento. Em amplo contraste, a presidente realmente eleita da nação, Dilma Rousseff, decidiu ir ao Senado hoje para confrontar seus acusadores, quando a gangue de corruptos e criminosos que constituem o Senado brasileiro encaminha o fim do julgamento do impeachment, com o resultado virtualmente inevitável de que a presidente duas vezes eleita Dilma seja removida do cargo.


O aspecto mais notório disso tudo – e o que distingue fundamentalmente o processo de um impeachment nos EUA, por exemplo – é que a remoção de Dilma leva ao poder um partido completamente diferente, que não foi eleito para a presidência. De fato – como documentado por meus colegas do The Intercept Brasil, João Filho e Breno Costa, esta semana –, a remoção de Dilma está empoderando exatamente o PSDB, partido de direita que perdeu as últimas quatro eleições nacionais, incluindo a derrota para Dilma há 21 meses. Em alguns casos,as mesmas pessoas deste partido que concorreram e perderam estão agora no controle de ministérios chave do país.


Como resultado, o governo não eleito prestes a tomar permanentemente o poder está preparando uma série de medidas – da suspensão do exitoso programa de combate ao analfabetismo, a privatização dos recursos nacionais e as "mudanças" de vários programas sociais ao abandono das alianças regionais em prol do retorno à subserviência aos EUA – que nunca foram ratificadas pela população brasileira e nunca seriam. Não importa se você chama de "golpe" ou não, isso é a antítese da democracia, um atentado direto a ela.


Enquanto Dilma entrava no Senado, eu discuti o tema em entrevista ao Democracy Now, esta manhã (29), que você pode assistir (com legendas em português) no vídeo acima. Também falei sobre os vários aspectos da campanha de 2016 à presidência dos EUA.

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